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domingo, 3 de novembro de 2013

A Biologia dos Morcegos.

Nomes vulgares: Morcego, morcego-cauda-de-rato, morcego-de-cauda-livre e guandira ou andira, na língua tupi.

Nome científico: Molussus spp.. A primeira classificação que se tem notícia foi feita em 1805, por Geoffroy.

Origem do Nome: Originou-se do latim, "mur" = "rato" e "cego" = cego. Com a tradução, chega-se a "rato cego" (que de cego, não tem nada!). 

Ordem: Chiroptera (Quirópteros - originou-se de "Chiro" = mão e "ptero" = asa, ou seja, "mão transformada em asa"). É a segunda Ordem de mamíferos em número de espécies, com aproximadamente 1.000 já identificadas.

Subordem: Microchiroptera (microquirópteros). São morcegos de pequeno porte encontrados no Novo Mundo (Américas). 

Porém, há também outra subordem, Megachiroptera (Megaquirópteros), que são animais maiores e encontrados no Velho Mundo (África, Ásia e Oceania), como por exemplo, a maior espécie de morcego, a Pteropus giganteos, mais conhecida como raposa-voadora ou lobo-voador-da-índia, cuja envergadura (medida que corresponde à ponta de uma asa, à outra) atinge 80,0 centímetros. 

Família: Molossidae (molossídeos).

Gênero: Molussus spp.

Espécie: Molussus spp. . Das 1.000 espécies de morcegos identificadas, 138 ocorrem no território brasileiro e destas, 69 espécies vivem no Estado de São Paulo.

Esta espécie apresenta uma coloração que varia da parda escura à parda fulvo. É muito comum as pessoas ao verem esta e outras espécies, à longa distância, terem a impressão de que suas colorações não são diferentes da cor preta clássica, mas quando se observa com maior proximidade e atenção, se constatam suas verdadeiras cores. 




Sua pelagem é composta por pêlos curtos que revestem densamente quase todo o seu corpo, menos sua face e orelhas, que seriam quase nuas se não fosse uma fina camada de pequeninos pêlos que as protegem.

São animais de orelhas grandes, ligadas na base sobre a fronte. Os dentes são compridos e fortes. O morcego-de-cauda-livre apresenta olhos pequenos, o que demonstra, na grande maioria das vezes, juntamente com suas orelhas, o hábito de se alimentar de insetos, pois dependem quase que exclusivamente da capacidade auditiva (ecolocalização) para locomoção e captura das presas. 

Com suas asas estreitas e curtas, ele consegue realizar manobras rápidas que economizam o máximo de energia. 

Porém, nada disso seria possível se esse mamífero voador não possuísse, entre outras características, uma específica "dupla de membranas" finas e elásticas: a membrana interfemural ou membrana caudal (localizada entre os membros posteriores) chamada uropatágio ou membrana caudal, e a membrana que percorre a margem superficial dos membros anteriores e base (laterais) do pescoço até o polegar, que é chamada de patágio ou "membrana da asa". 

Esta, engloba somente 4 dos 5 dedos das mãos, pois o polegar permanece fora da asa e termina em uma garra resistente. 

A cauda é comprida e ultrapassa a margem inferior do uropatágio, ficando com uma parte livre. Por esta característica, a espécie recebe o nome vulgar de morcego-de-cauda-de-rato ou de cauda-livre. 

As pernas são curtas e fortes e compostas por pés largos munidos de longos pêlos, cujos dedos, com longas unhas, são utilizados para a fixação nas pedras, troncos e paredes de abrigos. Pesam cerca de 24 gramas e medem de 18,0 a 20,0 centímetros de envergadura.


Morfologia externa do morcego

Os morcegos são os únicos mamíferos com real capacidade de vôo e nosso "homenageado" não poderia deixar a desejar, pois, como já foi dito, consegue realizar acrobacias aéreas com extrema agilidade. 

O vôo é conseqüência do batimento das mãos e asas. Mas como o morcego consegue alçar vôo, de cabeça para baixo? Bem, enquanto as asas são batidas, eles podem ir para baixo e/ou para cima direcionando sua membrana caudal, mas a posição de cabeça para baixo não é um problema para essa tarefa, e sim até a ajuda demais, pois basta deixar a força da gravidade atuar e bater as asas para iniciar o vôo. 




Esta adaptação só foi possibilitada graças à rotação de 180° de seus membros inferiores (morcegos tem as plantas dos pés voltadas para frente, contraria a posição de outros mamíferos, como nós humanos) e um eficiente sistema de trava dos tendões das patas, o que permitiu a ele fixar-se e manter-se por horas, sem esforço. 


Escalando a caverna

Os morcegos, como já foi afirmado no item relacionado a "origem do nome", não são deficientes visuais completos (cegos). Seus olhos, embora pequenos, não devem ser desvalorizados, pois ainda possuem as funções básicas do órgão visual, como sensibilidade à luz e certo grau de visualização. 

Mas qual é a razão deles serem pequenos? É simples, a maioria dos morcegos insetívoros (principalmente), desenvolveu outro meio de orientação, que é chamado de Ecolocalização. 

Este processo biológico, pelo qual os morcegos orientam-se, principalmente durante a noite, é emitido pela boca ou narina, onde, através da emissão de ultra-sons (pulsações sonoras de altíssima freqüência), conseguem receber informações do ambiente, que são refletidas por superfícies (presas, árvores, prédios, postes etc), indicando suas distâncias e direções relativas.

Não são muito simples as características que diferenciam os machos das fêmeas (dimorfismo sexual). Mas para os morcegos não existe este impasse, pois a diferenciação ocorre, principalmente, através dos odores fortes produzidos pelas glândulas de almíscar. A maioria dos molossídeos, apresentam uma glândula no pescoço, que é mais desenvolvida nos machos do que nas fêmeas, e secreta uma substância de importante atração sexual (feromônios).


Para que o macho fecunde a fêmea, é necessário, entre outras coisas, que as condições ambientais estejam propícias, pois o casal não iria investir energia em colocar um filhote no ambiente correndo o risco de perdê-lo e, desta forma, não perpetuar sua espécie. 

A fase reprodutiva, provavelmente, ocorre uma vez ao ano e o período de gestação, nesta espécie de morcego insetívoro tem duração de dois a três meses. Geralmente, costuma nascer apenas 1 filhote. Este nasce sem pêlos ou com apenas uma pelagem tênue. Após completarem seu desenvolvimento, dão início a sua vida reprodutiva que ocorre a partir dos dois anos de idade. A longevidade pode chegar a 30 anos (20 anos - hematófagos). 

Normalmente, a duração de vida de um animal é proporcional ao seu tamanho. Por exemplo: o rato-do-campo (1 ano), o cão (12 anos), o cavalo (17 anos), mas no caso dos morcegos e outros poucos mamíferos, esta afirmação se contradiz, pois podem atingir de 15 a 30 anos (morcegos). 


Suas funções

Vivem em grupos que podem ser diferenciados em colônias pequenas, médias ou grandes, de milhares a milhões de indivíduos. 

Presumo que o morcego-de-cauda-livre não ficaria de fora da relação de espécies que apresentam relações sociais baseadas nos haréns, que neste caso há um macho dominante para um grupo de fêmeas. 

Para se comunicar os morcegos emitem sons através da boca ou narinas. Este fator, além dos odores específicos, dá possibilidade ao reconhecimento dos indivíduos do grupo.

Como prometido, discutiremos a adaptação destes animais no meio urbano. 

Estes mamíferos tiveram que se adaptar às diversas características ambientais das cidades, sejam elas de porte pequeno ou grande. 

E isso é verdade, pois se analisarmos os abrigos utilizados pelos morcegos veremos claramente muitas modificações como as relacionadas com edificações (sótãos, vãos de dilatação entre as paredes, porões, caixas de persianas, marquises, torres e forros de igrejas e casas, forro de elevadores, estábulos, cocheiras, falhas de construções, construções inacabadas, túneis, bueiros, silos e copas), e do ambiente natural, como ocos de árvores, folhagens, arbustos, cavernas, grutas e cavidades em barrancos. 

Estes abrigos podem ser internos e externos. Os abrigos internos, são aqueles encontrados no interior de edificações, cavernas, ocos de árvores, fendas de rocha, etc.. Por outro lado, os abrigos externos, encontram-se nas folhagens e superfícies de troncos de árvores etc. 



As edificações tiveram um papel fundamental para sustentar a demanda de abrigos para os morcegos, mas sem a iluminação pública isso se tornaria em vão. A iluminação promove a atração de muitos insetos, que fazem parte da dieta destes mamíferos. Estes dois fatores foram, e continuam sendo, essenciais para a adaptação dos quirópteros na cidade.

Como sabemos, os morcegos não tem dificuldade em empreender o vôo quando estão de cabeça para baixo. Antes de se locomoverem, as asas são erguidas bem acima da cabeça, permanecendo completamente esticadas e com um rápido e enérgico abaixamento dos membros anteriores, o animal decola. 

A espécie tem ainda, um hábito de caminhar em superfícies horizontais, onde apoiado sobre seus pés e polegares das asas (dobradas junto ao corpo) consegue caminhar pelo solo, até atingir uma região alta e que seja propícia para vôos. Espécies hematófagas os utilizam para se fixar nos corpos de outros animais, cujo sangue, se alimentam.

A maioria das espécies, cerca de 70%, são insetívoras. Estas capturam suas presas graças à ecolocalização. Na maior parte das vezes, elas escolhem besouros e mariposas, mas podem comer também outros artrópodes. 


Os insetos são capturados com os dentes ou com a utilização do uropatágio, que pode formar uma espécie de bolsa, na qual o inseto fica retido. 



É comum, quando se trata de um inseto de porte grande (ou frutas e animais em outras espécies), o morcego dirigir-se para abrigos noturnos, onde pode com segurança consumir seu alimento. 

Para resistir aos períodos de inverno e as longas fases de hibernação, o morcego acumula grande quantidade de gordura, para suportar a necessidade energética de suas funções vitais. Para beber água, faz um vôo rasteiro sobre um lago, açude, riacho ou rio, apenas tocando a superfície da mandíbula, e desta forma, saciar-se. 

De modo geral, os morcegos, são considerados como o grupo mais versátil de exploração de alimentos. 

Devido a isso podem ser classificados como de hábitos (alimentares) folívoros (folhas e partes florais), frugívoros (frutos), néctarívoros (néctares), polinívoros (polens), insetívoros (insetos, como as mariposas, besouros, pernilongos e percevejos), outros artrópodes (como aranhas, escorpiões e lacraias), ranívoros (rãs e pererecas), carnívoros (vertebrados como rãs e pererecas, lagartos, pássaros, roedores e outros morcegos), piscivoros (peixes em geral), onívoros (alimenta-se de vegetais e animais) e hematófagos (sangue de outros animais como o de aves e mamíferos). 




A reprodução costuma ocorrer nos meses mais quentes do ano (primavera e verão), onde a presença de insetos é mais freqüente, possibilitando desta forma uma alimentação mais reforçada, que beneficiará a amamentação do futuro filhote. Este nasce no abrigo, tanto no período diurno como no noturno. 

É alimentado nos primeiros meses pelo leite materno e, gradativamente, passa a ter contato com a alimentação adulta. A mãe regurgita os insetos capturados e é ela quem ensina seu filhote a comer. Quando retorna dos vôos, ela o chama e, logo que escuta, o "morceguinho" responde. 

Muitas vezes existem no abrigo muitos filhotes "berrando" ao mesmo tempo, mas mesmo nestas circunstâncias, a mãe encontra o verdadeiro e logo lhe dá as mamas. Já foram feitas observações onde as fêmeas carregaram seu filhote em vôos noturnos, mas isso não persistia por muito tempo, devido ao peso que o "morceguinho" ganhava durante o crescimento, e que se continuasse, tornaria o vôo materno incapaz de ser realizado. 

Algumas fêmeas são altruístas e partilham seu alimento, regurgitando para outras que não tiveram a mesma sorte. 


Onde vivem

De modo geral, os morcegos ocorrem em quase todo o planeta, com exceção dos lugares muitos quentes ou frios (Antártida), e em algumas ilhas isoladas. As espécies se concentram em sua maioria em regiões de áreas tropicais, ficando o restante nas temperadas. É uma espécie cosmopolita. 


Distribuição geográfica 

No Brasil, temos morcegos que distribuem-se por todas as regiões de nosso território. Como prova disso, podemos até afirmar com segurança que a maioria dos Estados brasileiros abriga em sua fauna espécies de quirópteros de diferentes hábitos alimentares.


Como o artigo se refere a um dos animais encontrados em nossa fauna urbana, o morcego-de-cauda-livre não poderia ficar para trás pois, como outras espécies, tiveram que se adaptar, principalmente aos abrigos diferenciados das cidades e a poluição sonora e atmosférica (São Paulo, p.ex.). 

Um fator que contribuiu imensamente para esta conquista foi a iluminação pública. Atualmente nas grandes e pequenas cidades, encontramos estes mamíferos alados vivendo em harmonia (maioria das vezes) em nosso cotidiano. Veremos o porque, quando tratarmos das curiosidades e o comportamento da espécie.

Curiosidades

A ecolocalização é desencadeada de uma maneira tão rápida, que o animal pode fazer ajustes de vôo em frações de segundo. Com este fato biológico, descoberto em 1941, descobriu-se que os morcegos detectavam os objetos, não com os olhos, mas sim de uma forma mais eficiente, ou seja, com seus ouvidos. 


Quando emite os ultra-sons, numerosos ecos retornam ao morcego, e são captados por suas orelhas (em forma de funil e que se projetam para frente) que selecionam as informações recebidas. Durante o vôo de captura de insetos, primeiramente o morcego emite cerca de 10 pulsos sonoros, separados por períodos de mais ou menos 50 milisegundos. 

Ao detectar a presa, o intervalo dos pulsos cai. A freqüência de seus guinchos se altera à medida que sua presa muda de direção durante o vôo. Quando se aproxima dela, ele emite um ultra-som semelhante a um zumbido e logo em seguida a captura. 

Nós humanos, nunca poderíamos captar tais pulsações, devido a elas serem milhares de ciclos superiores ao limite de nossa capacidade auditiva. Um dos importantes fatores que determinaram a vitória dos aliados sobre a Alemanha, na 2º Grande Guerra Mundial (1941 a 1945), foi o emprego do radar, desenvolvido graças aos estudos da ecolocalização. 

Este fenômeno é característico dos morcegos da subordem microchiroptera, e um dos principais responsáveis pela maior densidade das espécies deste grupo.


Ação da ecolocalização

Muitos estudiosos têm investigado porque algumas espécies migratórias de morcegos são capazes de voltar ao mesmo lugar tempos depois de terem partido, após um vôo de centenas de quilômetros. 

Alguns acreditam que estes animais se orientariam recordando das características regiões do relevo, como montanhas e lagos. Já outros crêem na orientação pelas estrelas ou pelas ondas de radiações planetárias. 

A única certeza que temos é que este é um assunto que deve ainda ser muito pesquisado e discutido na biologia do comportamento migratório.

Um fato curioso é a capacidade das fêmeas de algumas espécies armazenarem o esperma do macho escolhido, por até 6 meses. Acredita-se que esta função seja de tentar impedir que o filhote nasça em períodos críticos. 


Outro ponto curioso e que merece ser esclarecido é a lenda que diz que "ratos velhos" se transformam em morcegos. 

Esta situação seria impossível de ser ocasionada, pois a história envolve dois animais de ordens, comportamentos, morfologias, e até fisiologias, totalmente diferentes. 

O morcego pertence à Ordem dos Quirópteros (Chiroptera) e os ratos, dos Roedores (Rodentia), ou seja, grupos separados na escala evolutiva. 
Algumas espécies de morcegos podem, eventualmente transmitir o vírus da raiva para outros animais, como o homem. 

Por outro lado, mais de 80% dos casos de raiva em humanos, o agente transmissor não é o mamífero alado, mas o cão ou o gato. Devemos alertar a população da importância de se manterem vacinados (anualmente) contra raiva, seus animais domésticos (cães e gatos). 


De modo geral, algumas espécies são envolvidas com a epidemiologia (incidência e transmissão) de outras doenças importantes, como a febre-amarela (deslocamento geográfico do vírus), encefalite veneziana eqüina (VEE) e a histoplasmose, que se transmite inalando os esporos do fungo, Histoplasma capsulatum em solos de locais protegidos (mais comum em abrigos de aves), e enriquecidos por matéria orgânica, que ainda pode ter sido originada das fezes dos morcegos. 

Todas estas doenças podem ser transmitidas por mordeduras, arranhaduras e lambeduras, independente de seu hábito alimentar. Porém, o contato com o homem não é muito freqüente. 

O Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde do Estado de São Paulo faz as seguintes recomendações, como medidas preventivas:


· Nunca tocar um animal que por ventura entre em sua casa ou caia no chão, pois podem morder para se defender;

· Quando notar morcegos alojados em edifícios, faça a vedação da seguinte maneira:

1 - Observe onde se localizam (a presença de fezes e ruídos podem auxiliar na observação); 

2 - Verifique os espaços abertos por onde entram e saem;

3 - Vede as aberturas existentes, deixando abertas somente às utilizadas pelos morcegos; 

4 - Aguarde a saída destes (ao entardecer) e vede essa abertura com jornais ou panos. Os que saírem não entraram mais no abrigo; 

5 - No dia seguinte, retire a vedação, permitindo a saída dos que permaneceram no abrigo; 

6 - Vede definitivamente as aberturas de entrada e saída dos morcegos. Juntas de dilatação de prédios devem ser vedadas com materiais apropriados. 

7 - O acúmulo de fezes no forro da casa, pode causar odores desagradáveis e característicos. Por isso, depois da vedação deve-se limpar o local. 

Para esse procedimento umedeça a região suja ou utilize um aspirador. E não se esqueça de proteger-se com luvas, máscaras ou pano úmido sobre o nariz e a boca;

8 - Caso entre em contato com o morcego, procure orientação médica. E em caso de mordida, lavar com água e sabão, não matar o animal, preocupe-se em procurar orientação médica. 

Os Inimigos naturais dos morcegos são, principalmente, os quatis (ver quati - Curiosidades da Vida Animal Brasileira), corujas e gaviões. E é claro que não podemos deixar de mencionar o homem como responsável pela ameaça e declínio das espécies. 



Cada morcego consome durante uma noite, cerca da metade de seu peso em insetos. Segundo informações científicas, dizem que os 20.000.000 morcegos-de-cauda-livre do México chegam a consumir 250 toneladas de insetos em uma única noite. 

Algumas espécies chegam a ingerir 200 insetos em alguns minutos de vôo. Se temos um controle populacional de artrópodes por morcegos, também temos, conseqüentemente, a redução do uso de agrotóxicos. 

Infelizmente, devido a falta de conhecimento, muitas espécies "não-hematófagas" tem sido destruídas, pois para a sociedade, se trata de um animal só. 

Existem outras espécies de morcegos que colaboram para o ambiente disseminando sementes de muitas árvores frutíferas. 

Além de serem atraídos por seus frutos, as sementes, quando passam pelo estômago, sofrem a ação das enzimas digestivas do animal, que colabora acelerando o processo de germinação no ambiente. 


Papel ecológico

Se existem muitas árvores frutíferas que alimentam os morcegos, por outro lado, mais de 500 espécies arbóreas são polinizadas pelos mesmos. 

Estas costumam abrir suas pétalas ou flores somente durante a noite, onde poderão servir seus néctares e peças florais a estes excelentes e muitas vezes exclusivos colaboradores.

Esta capacidade permite aos morcegos renovar muitas áreas desmatadas e completar o ciclo de vida de muitas espécies vegetais. 



Diante de todas estas informações, o que podemos fazer para evitar a morte descontrolada destes animais, sabendo-se que eles possuem uma grande importância em nosso meio? Primeiramente, é necessário que nossa sociedade tenha consciência da complexidade que envolve os diferentes animais nas diversas cadeias alimentares. 

Certificando-se de ter adquirido esta visão, podemos agora começar a conscientizar outras pessoas para o problema. 


Fonte: 

Texto: O Centro de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde do Estado de São Paulo.

Imagens: Algumas imagens tem os seus créditos inserido pelos seus autores.

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